segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

NOS PASSOS DO ELEFANTINHO

Um cara-de-pau muito esperto, num lampejo de genialidade, resolveu se dar bem com a mulherada criando uma religião fundamentada na energia transcendental do sexo. Em tempo hábil aprendeu truques baratos de ilusionismo para impressionar, rabiscou três estatutos básicos ( Toda sacerdotisa deve ter o sumo sacerdote como único homem em sua vida, deve ser formosa, para que o sumo sacerdote possa ama-la, e fornicar com ele quando solicitada ) e alguns argumentos telúricos que os justificassem. Providenciou também, esculpida em madeira, a imagem duma divindade obscura com cabeça de elefante e um grande falo ereto cujo nome, por pura sacanagem, batizou de Faloncio, o deus do sêmen sagrado que enche de sabedoria à todas que com o seu representante na Terra ( O sumo sacerdote ) fornicar.
Sem demora o templo ficou pequeno ao redor das tantas sacerdotisas e o cara-de-pau, no posto de sumo sacerdote, passou então a enche-las de sabedoria; uma após outra, dia após dia.
Essa orgia sagrada durou dois deliciosos anos; até que no meio de uma noite tempestuósa um avião desabou do céu sobre o templo. Nem uma única alma sequer sobreviveu e nada ficou de pé além da imagem do deus Faloncio com uma calcinha pendurada no majestoso falo.
A tragédia ganhou extraordinário espaço na mídia, ofuscando os escandalos políticos, noticias sobre sequestros e fofocas corriqueiras envolvendo celebridades antes de cair no esquecimento.
Com o passar dos anos o deus Faloncio foi incorporado ao culto afro-religioso rebatizado de Omolungundum, entidade fecunda, mas que tanto pode dar a vida quanto tira-la; bastando ao devoto oferecer uma vela preta e uma garrafa de pinga colocadas ao lado de uma ave com as asas quebradas, para invocação de morte. Uma vela branca e uma garrafa de vinho ao lado de uma calcinha usada, para invocação de fecundidade.
Logo as oferendas invocando Omolungundum tornaram-se frequentes em todas as encruzilhadas e hoje uma festa profana é dada anualmente em sua homenagem. Mas antes da "muvuca" tem uma procissão transbordando de gente: Mães-de-santo, católicos e moças gestantes, do mais tonto ao intelectual brilhante. Todos no mesmo empurra-empurra descendo a avenida central.

7 comentários:

Val disse...

veeelho.. se ligue nos movimentos que estão acontecendo !!! tem uns lnks la pra vc olhar, o da comu no orkut e do forum no groups...

Rodrigo Carreiro disse...

Taí: religião calcada no sexo. É uma boa.

Larissa Santiago disse...

mininoo... acho q já participei de uma festa dessa... de Omolungundum!!
kkkkkkkkkkk

Cadinho RoCo disse...

O ser humano é imprevisível em tudo, mas quando resolve se entregar à busca da fé, aí é que a coisa complica, porque entre espertos e tolos o que há por aí é pra desafiar a imaginação de qualquer um.
Cadinho RoCo

Esquadros disse...

Muito Criativo Morcegao...Enche-las de sabedoria...hahahahahahahahahaha

Ane Brasil disse...

E o sumo sacerdote esse.... era gostosão?
Sorte e saúde pra todos

Figueredo Dias disse...

Agradeço a visita.
Gostei muito dessa religião... só não sei o que é mais engraçado a invenção o cara-de-pau, as adeptas ou como tão facilmente as pessoas transformam em tradição o que desconhecem;
bj!