sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

NO BALANÇO DAS HORAS ( ou no ritmo das mulheres )

As mulheres têm manias capazes de tirar do sério até mesmo um monge budista, como por exemplo, falarem muito sem dizerem absolutamente nada e depois pedirem a nossa opinião, ou quererem que a gente lembre de coisas que julgam importantes, tipo: a primeira frase que você sussurrou quando se conheceram a dez anos. No entanto, a mais irritante de todas é sem dúvida o hábito de chegarem atrasadas nos encontros. Você marca as oito horas em ponto mas elas só chegam no final do segundo tempo e com a maior naturalidade ainda perguntam: "demorei?".
Saibam porque isso acontece acompanhado uma dessas mulheres em um de seus encontros, marcado para as 20 horas. Conometrem os relógios.

16: 23 h. Ela abre o guarda-roupa e procura algo apropriado para a ocasião. Rapidamente decide-se por uma saia supersexy feita para mostrar as pernas em todos os angulos possíveis. Em seguida desiste da idéia achando-a muito ousada para o primeiro encontro; poderia dar a ipressão de "quero sexo" ou de "sou vadia, e daí?" Lembrou-se então que o bofe gosta de filmes clássicos e resolveu vestir-se de forma alegre como Doris Day, chegando a tirar algumas peças do cabide antes de ter outra idéia genial: Algo romantico a lá Romeu e Julieta..."ou seria melhor uma roupa atual no estilo vamp composta?" - indagou ela.
O "tira e veste" continuou num ritmo frenetico por varios eternos minutos, quando ela finalmente bateu o martelo.
Às 18: 35 h, desceu no elevador usando uma miniblusa de algodão, saia jeans desbotada e basqueteiras. Caminhou em direção à garagem, entrou no carro, deu partida na ignição e saindo de ré atropelou uma lata de lixo; passou raspando numa das pilastras que sustenta as estruturas do prédio e freiou. Olhou em sua volta, calculando o espaço antes de tentar outra manobra; respirou fundo, engatou a primeira, pisou no acelerador e freiou de novo.
Às 20: 38 h, com a ajuda do zelador, conseguiu sair da garagem e ganhar a rua, alcançando a velocidade de 50 Km por hora. Desceu a avenida principal fazendo ziguezague, tirou um fino na banca da esquina e sumiu no horizonte.
Às 21: 40 h, chegou ao seu destino. Subiu ao apartamento do bofe, tocou a campainha, a porta abriu e ela perguntou: "demorei?"

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

NOS PASSOS DO ELEFANTINHO

Um cara-de-pau muito esperto, num lampejo de genialidade, resolveu se dar bem com a mulherada criando uma religião fundamentada na energia transcendental do sexo. Em tempo hábil aprendeu truques baratos de ilusionismo para impressionar, rabiscou três estatutos básicos ( Toda sacerdotisa deve ter o sumo sacerdote como único homem em sua vida, deve ser formosa, para que o sumo sacerdote possa ama-la, e fornicar com ele quando solicitada ) e alguns argumentos telúricos que os justificassem. Providenciou também, esculpida em madeira, a imagem duma divindade obscura com cabeça de elefante e um grande falo ereto cujo nome, por pura sacanagem, batizou de Faloncio, o deus do sêmen sagrado que enche de sabedoria à todas que com o seu representante na Terra ( O sumo sacerdote ) fornicar.
Sem demora o templo ficou pequeno ao redor das tantas sacerdotisas e o cara-de-pau, no posto de sumo sacerdote, passou então a enche-las de sabedoria; uma após outra, dia após dia.
Essa orgia sagrada durou dois deliciosos anos; até que no meio de uma noite tempestuósa um avião desabou do céu sobre o templo. Nem uma única alma sequer sobreviveu e nada ficou de pé além da imagem do deus Faloncio com uma calcinha pendurada no majestoso falo.
A tragédia ganhou extraordinário espaço na mídia, ofuscando os escandalos políticos, noticias sobre sequestros e fofocas corriqueiras envolvendo celebridades antes de cair no esquecimento.
Com o passar dos anos o deus Faloncio foi incorporado ao culto afro-religioso rebatizado de Omolungundum, entidade fecunda, mas que tanto pode dar a vida quanto tira-la; bastando ao devoto oferecer uma vela preta e uma garrafa de pinga colocadas ao lado de uma ave com as asas quebradas, para invocação de morte. Uma vela branca e uma garrafa de vinho ao lado de uma calcinha usada, para invocação de fecundidade.
Logo as oferendas invocando Omolungundum tornaram-se frequentes em todas as encruzilhadas e hoje uma festa profana é dada anualmente em sua homenagem. Mas antes da "muvuca" tem uma procissão transbordando de gente: Mães-de-santo, católicos e moças gestantes, do mais tonto ao intelectual brilhante. Todos no mesmo empurra-empurra descendo a avenida central.