terça-feira, 30 de setembro de 2008

A MENINA E O RATO

Era uma vez uma menina tímida e sensível que conheceu um rato fedído e sem vida nos olhos. No início ela o achou esquisitão, mas depois acabou se acostumando.
- Puxa, rato, adoro esse seu jeito de rato!
- Obrigado. Vamos ver quem tira mais meleca do nariz?
O rato, apesar da inhaca, impressionava pela boa conversa. Conhecia todos os classicos da filosofia e discutia fisica quantica em pé, deitado, agachado, de ladinho ou pendurado com a cabeça para baixo.
Numa noite de céu estrelado, o rato surpreendeu a menina dedicando-lhe um poema que a fez chorar.
- Puxa, rato, você é dez!
- Obrigado. Vamos ver quem escarra mais distante?
Logo tornaram-se grandes amigos e viviam todo o tempo comendo batatinhas e ouvindo rock'n' roll; até que num dia o rato pediu à menina alguns cds, livros e um violão emprestados, prometendo devolver em uma semana; duas se passaram e nenhuma notícia do rato, nem um telefonema sequer, ou pelo menos um e-mail prá enganar a torcida, nada.
A menina resolveu ligar, querendo saber como ele estava, mas descobriu que aquele número de telefone não existia; então ela foi procura-lo em sua casa e descobriu também que ninguem morava lá, não restando qualquer dúvida para aquela menina tímida e sensível de que fora ridiculamente enganada. Ela ficou muito, muito triste, pois junto com os objetos, o rato levara sua auto-estima. Amargurada, a menina definhou, definhou até tornar-se um pé-de-alface.
Ah, o rato? continua por aí trocando a amizade das pessoas por objetos sem o minímo valor. No entanto, uma coisa pode-se dizer a seu favor: Ele é mesmo um rato.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

segunda-feira, 8 de setembro de 2008