terça-feira, 30 de setembro de 2008

A MENINA E O RATO

Era uma vez uma menina tímida e sensível que conheceu um rato fedído e sem vida nos olhos. No início ela o achou esquisitão, mas depois acabou se acostumando.
- Puxa, rato, adoro esse seu jeito de rato!
- Obrigado. Vamos ver quem tira mais meleca do nariz?
O rato, apesar da inhaca, impressionava pela boa conversa. Conhecia todos os classicos da filosofia e discutia fisica quantica em pé, deitado, agachado, de ladinho ou pendurado com a cabeça para baixo.
Numa noite de céu estrelado, o rato surpreendeu a menina dedicando-lhe um poema que a fez chorar.
- Puxa, rato, você é dez!
- Obrigado. Vamos ver quem escarra mais distante?
Logo tornaram-se grandes amigos e viviam todo o tempo comendo batatinhas e ouvindo rock'n' roll; até que num dia o rato pediu à menina alguns cds, livros e um violão emprestados, prometendo devolver em uma semana; duas se passaram e nenhuma notícia do rato, nem um telefonema sequer, ou pelo menos um e-mail prá enganar a torcida, nada.
A menina resolveu ligar, querendo saber como ele estava, mas descobriu que aquele número de telefone não existia; então ela foi procura-lo em sua casa e descobriu também que ninguem morava lá, não restando qualquer dúvida para aquela menina tímida e sensível de que fora ridiculamente enganada. Ela ficou muito, muito triste, pois junto com os objetos, o rato levara sua auto-estima. Amargurada, a menina definhou, definhou até tornar-se um pé-de-alface.
Ah, o rato? continua por aí trocando a amizade das pessoas por objetos sem o minímo valor. No entanto, uma coisa pode-se dizer a seu favor: Ele é mesmo um rato.

27 comentários:

Anônimo disse...

Com certeza Jorge ele é mesmo um RATO...Abraços

Rodrigo Carreiro disse...

Que bela fábula, cara. Bem simples e instigante.

B. disse...

Adorei. Enquanto ao comportamento do rato de tirar meleca do nariz e escarrar, parece um primo que eu tenho, é incrivel a semelhança, odeio ele. Coitada da menininha. =O

Anônimo disse...

Muitos se permitem entrar nesse estado vegetativo, vitoriosos guerreiros aqueles não se permitem.

PS: Entendi o treco do Morcegão. Tinha perguntado apenas para saber...
PPS: Onde vc tá 'tatooando'?

abraços

Cris disse...

Olha o Jorginho! Sem querer ( querendo ? )nos dá de presente essa verdade em forma de fábula. Haja queijo, lindo, haja queijo!

beijão.

Anônimo disse...

Ratos...

SkateComMédia disse...

Meninas são tolas!

Aí Jorginho, passa por lá que nóis também iscarra e fede!

Abraço!

Faisca.

Larissa Santiago disse...

um rato discaradooO!!!
:P

Anônimo disse...

Delícia de fábula, Jorginho. Tadinha da mocinha, claro; porém, hamos e convenhamos: o rato nunca foi muito sutil ao mostrar o próprio caráter, né? rs :-S
Bjão, querido!

Enzo de Marco disse...

olá Filho de caim , cara vc diz que os meu contos são duros ? quando li este me sente envergonhado que porra eu não escrevi isso antes kakka
muito bom cara
otima leitura
eu conheço um monte de ratos como esses, o´foda é que eles estão se multiplicando como todas as peste urbanas.
Sinto uma mescla de tristeza pois é essa a juventude que ta por ai
já dizia um Filosofo " estes miseraveis já naceram postumos ..."
Saudaçõs de Um filho de Caim

Esquadros disse...

Caraca, qualquer semelhanca com a realidade e pura coicidencia!!!!

Um bom queijo e ratueira pra este fila da Ratazana!!!!

Anônimo disse...

Ratos e mocinhas proliferam. E um só existe porque o outro permite. Ou são necessários um ao outro. Será? rs...
Beijocas

Larissa Santiago disse...

tualia mininooo
:P

bjo

Cris disse...

Passei para te deixar um OI!

Bj

garota do jornal disse...

Tenaz roedor.. com suas fuças geladas e couraças de sabão. Como ainda diria Chico, do cano de esgoto pro topo do arranha-céu.

Gostei.

Bjo, Jorge! Salve, Jorge!

Unknown disse...

Bela fábula. Estilo impecável.

Hilton disse...

Ahá ! Sempre desconfiei do carater de leitores de filosofia que não tomam banho, mas por outro lado também tenho minhas dúvidas sobre menininhas que tem afinidades por ratazanas !

Hilton disse...

Alias creio que devo retratar-me, você tem sido um frequentador assidúo e um comentador inteligente das minhas postagens, enquanto eu quase não tenho acessado a tua pagina. O problema é que ainda não adquiri o hábito de navegar nos blogs e qunado o faço geralmente fico irritado ! A quantidade de gente falando sem ter o cuidado de importar-se em oferecer algo mais que as suas idiossincrasias é absurda ! Que se faça da biografia arte, acho ótimo(e nunca fazemos outra coisa) mas gostaria que isso fosse feito com o minimo de preocupação com quem vai ler, ou então não escreve! Não vou invocar o canônes para sustentar minha indignação. Mas quero parabenizar essa tua ultima produção, como sempre carregada de cinismo underground e muito bem escrita.

Um abraço

Larissa Santiago disse...

vc nao atualiza ou eu que nao consigo ver seus posts???
:P

Rubicreide disse...

Eu tenho a impressão de que estamos falando do mesmo rato...

Beti Timm disse...

oi, Jorginho,
indo contra a maioria, devo dizer que gostei deste rato, ele tem o seu charme, tanto que enrolou a mocinha. Aliás adorei ele! Tipo escraxado e cafajeste. Putz rato cafajeste é muito bom!

Beijos carinhosos

Filhas da Pagu disse...

Oi Rato...
INSTIGANTE realmente acho que o amor seja, mas não concordo que tenha uma natureza canalha e sim que tenha várias vertentes. Se ler o blog com calma verá que falei de algumas delas...
Volte sempre que quiser.

Anônimo disse...

Cara...
q rato RATO esse ai viu?

Muito bom Jorginho
bjão

Anônimo disse...

Ei sumido! Tudo bem por aí?
Beijo, viu?

MM disse...

e o pé de alface? coitada...

Lola disse...

Saudades, sumido!

Tenho um amigo que está achando que se apaixonou por uma rata.
Isso acontece sempre... :(
"Também poderia se chamar contos de internet"

QUE DE CONTOS NÃO TEM NADA!!!
Passei rapidinho...
Beijão.

Lola disse...

Oh, moço! Eu deixo o link sim, mas, era só você clicar no meu nome ou na minha foto, você "cai lá em casa!"

Só para constar: www.umaconscienciacoletiva.blogspot.com

Beijão!

PS: Assim que der, volto a colocar postagens.